A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nessa segunda-feira (2/1), a comercialização do Wegovy (semaglutida 2,4 mg) no Brasil. O medicamento injetável de uso semanal tem ação semelhante à do Ozempic, mas é o primeiro a ter a autorização para o tratamento do sobrepeso e obesidade no país.
Ambos são fabricados pela farmacêutica Novo Nordisk e devem ser administrados semanalmente por meio de uma caneta aplicadora da injeção subcutânea.
Além disso, os dois remédios contêm o mesmo princípio ativo, a semaglutida, um análogo ao hormônio GLP-1 produzido naturalmente no intestino. A substância atua em centros específicos no cérebro – uma região chamada hipotálamo – que controlam a fome e a saciedade.
As principais diferenças entre o Wegovy e o Ozempic são a dosagem disponível e a indicação de uso. “Em termos práticos, quando você tem as duas indicações aprovadas significa que foram estudadas nas populações adequadas e a eficácia e segurança foram comprovadas”, explica a endocrinologista Priscilla Mattar, diretora médica da Novo Nordisk.
Ozempic
O Ozempic foi aprovado pela Anvisa em 2018 para tratar pacientes com diabetes tipo 2 com doses semanais de 0,5 mg ou 1 mg. Além de controlar a doença, ele demonstrou ter uma ação importante na perda de peso dos pacientes, motivo que o popularizou nos últimos anos também entre as pessoas que tentam emagrecer.
Nos EUA, a agência Food and Drug Administration (FDA) já aprovou a semaglutida (princípio ativo do Ozempic) para pessoas obesas ou com sobrepeso. No Brasil, no entanto, o uso com esta finalidade é feito “off label”, ou seja, fora da bula.
Wegovy
O Wegovy, por sua vez, já chega ao mercado brasileiro com a aprovação da Anvisa para emagrecimento de pessoas com sobrepeso, obesidade e comorbidades.
Ela ensina que por ter uma dose muito maior do que a do Ozempic, os efeitos do Wegovy são mais potentes para a perda de peso. Os eventos adversos mais comuns são os gastrointestinais, mas, em sua maioria, apresentam gravidade leve ou moderada e são transitórios — como acontece em outros medicamentos da mesma classe.
Após a aprovação do registro pela Anvisa, o próximo passo é a aprovação do preço – que leva no mínimo 90 dias. “Com isso, o medicamento deve chegar ao Brasil no segundo semestre”, afirma Priscilla.
Sobrepeso e obesidade
Mais de 1 bilhão de pessoas de todo o mundo, incluindo adultos, adolescentes e crianças, são obesas, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A doença afeta a maioria dos sistemas do corpo, podendo levar a complicações no coração, fígado, rins, articulações e sistema reprodutivo, como o desenvolvimento de doenças cardíacas, hipertensão e derrame, diabetes tipo 2 e várias formas de câncer, além de complicações pela Covid-19.
